Aviso 1: Primeira vez que
escrevo no blog, é capaz de correr mal
Aviso 2: História um bocado lamechas e sem muito interesse
Aviso 3: Sou de Ciências (como se viu por esta enumeração de
avisos) logo escrevo um pouco mal, vá sejamos sinceros muito mal
Se após estes avisos ainda continuas a ler é porque és alguém
extremamente bondoso ou então extremamente estúpido, mas aposto mais na
segunda, passemos então à pseudo-história.
Uma delas ocorreu num sábado de audições típico do
gregoriano….
Primeiro dia de férias, e levanta-se uma pessoa cedo de manhã para
ver a audição de Conduto, a Grande e a primeira coisa que lhe aparece à frente
são os Putos (ao bom modo de dizer Tózeiano). Putos que nos lembram como já
fomos e como tocávamos, subentenda-se Mal!!!. Tão mal, que uma flautista
(Bárbara-só para se perceber bem) ,que gastava melhor o seu tempo a ler um
livro da Estrela do Mar enquanto eles tocavam, se virou para mim e disse:
- Eles estão a tocar um pouco mal, não???
Eu confirmei, desesperada. Apenas queria que chegasse a vez da
Mariana. A minha mente dizia “vá faltam 3, …faltam 2, falta 1” e lá chegou:
muito melodiosa naquilo que fazia e extremamente límpida em todas as peças. De
seguida, foi o Pedro. Estilo totalmente diferente, mais viril, mais forte, mas
principalmente com muito Power.
Por fim foi a vez da Conduto, a Grande, e eu que também tocava aquele Estudo
achei que foi espectacular, muito puro e muito simples. O único problema, que
eu na realidade não considerei nada de nada importante, foi um engano no final.
Mas esse engano que não era nem quedo e nem ledo, pôs a minha querida Inês num
grande pranto.
No final juntámo-nos todos numa rodinha a defender quem teria
tocado melhor:
-Tocaram todos muito bem- disse a Mafalda, sempre super sweet
- Concordo plenamente, mas gostei imenso de te ouvir a ti,
Mariana- disse a flautista super- entendida, Bárbara
- Oh… Muito Obrigada!...-respondeu a Mariana
- Vocês são todos os prós, meus… Acho que agora por vos ouvir,
merecia que viessem comigo fumar um cigarrinho- disse o Nery com o seu ar mega
convencido da vida.
Eu ignorando por completo tal comentário virei-me para o Pedro e
disse (mesmo má):
-Gostei imenso de te ouvir, mas achei que estava com pouco
contrastes…
-Pois - respondeu-me ele com um ar super cansado…
- Não lhe ligues. Tocaste mesmo bem. Foi memo fixe - disse um
rapaz que já tinha visto a vaguear no gregoriano, mas que desconhecia por
completo, do qual se destacavam os olhos (verdes como nunca tinha visto, não
como Vasco(verdes escuros e calmos), mas sim extremamente claros, puros e
cheios de música dentro deles).
No meio disto tudo, a Maria, só se ria, não sei muito bem porquê, mas
lembro-me do som das gargalhadas esplêndidas dela. Mal uma pessoa as ouve já
sabe que a Maria está no Gregoriano.
Decidi sair dali, dando a desculpa que ia ver da Inês, mas na
realidade não tinha gostado nada daquele desprezo pelo meu comentário do rapaz
de olhos verdes.
Encontrei-a lavada em lágrimas na porta da casa de banho e tentei
acalmá-la mesmo sabendo que seria impossível:
- Inês, não fiques assim…. Tocaste super bem. Gostei imenso de te
ouvir.
- Não foi nada, foi horrível… Estava tudo tão bem em casa. Não sei
o que se passou. O que é que eu vou fazer Laura? Eu quero fazer disto a minha
vida e nem sou capaz de aguentar uma audição.
Não sabia como responder. As audições podem ser das coisas mais
frustrantes da vida: uma pessoa esforça-se durante um período inteiro, trabalha
em casa durante horas, “faz das tripas, coração” e aparenta estar tudo
perfeito. Mas, quando chega o momento, os nervos apoderam-se das mãos e podem
destruir uma grande parte do trabalho efectuado.
- Tem calma Inês… Vai correr tudo …. Tu já sabes como isto é, às
vezes corre mal, mas a maioria das vezes corre bem. Ainda vais ter imenso tempo
para trabalhar e tenho absoluta certeza que vais conseguir, não te preocupes
antecipadamente…. Vá, agora vamos ao Caravela para podermos afogar as mágoas em
comida.
Ela acalmou-se um pouco apesar de ainda não estar totalmente bem.
Eu sabia que estava diante de uma das melhores pianistas do gregoriano, como se
veio a comprovar mais tarde pela sua entrada na superior em Évora.
Quando chegámos lá, o grupo era menor. A Mafalda e a Mariana já se
tinham ido embora com os pais e a Inês pediu só um bolo de arroz e saiu muito
rapidamente. Eu bem que queria pedir a minha típica bolinha mista prensada, mas
ninguém me deixou…. Saímos a correr em direcção ao metro, tudo porque a Maria
se ia encontrar com uns amigos à uma da tarde.
O Pedro abandonou-nos mal saiu do café para apanhar o comboio. O
grupo ficou menor. Já só restava eu, o Nery, a Bárbara (para cuja casa eu me
tinha autoconvidado, como sempre) , a Maria e o Rapaz dos Olhos Verdes:
- Achas bem estares-te a autoconvidar para casa do Bárbara ?-
disse o Nery com o seu sorriso característico de quem está a tentar arranjar
confusão espalhando um boato.
- Claro que sim, a Bárbara faz o mesmo. Tem que existir uma certa
reciprocricidade, não é Bárbara?- respondi eu.
- Pois, pois Laura, já sabemos, não é? Laura e autoconvites têm
uma boa relação.- respondeu-me a Bárbara.
- Não tão boa como a minha relação com o EVP. Uma relação muito
madura, cheia de amor….. e principalmente ÓDIO.- disse eu.
E com isto a Maria partiu-se a rir às gargalhadas. Riu tão alto
como nunca ouvira, de tal forma que eu própria me ria do riso dela. Parecíamos
duas loucas pela rua, como sempre. Até que na famosa esquina do Penhalta
Novias, o Mr. Rapaz de Olhos Verdes que se encontrava a falar com a Bárbara e
com o Nery, se virou para a Maria e disse, claramente a rir-se também:
- És mesmo estranha Maria… A ríres-te aí como nunca vi,….
- Oh!... Achas-me mesmo estranha é, só por me rir?
- Sim, e porque falas de uma forma estranha… e porque és a Maria.
Foi então que….eu não sei porque ironia do destino, não sei porque
carga de água, não sei, não sei… Penso que houve uma voz que me dizia: “Por
amor de Deus, Laura diz-lhe!”,…acho que foi mesmo Deus que me mandou um raio e
que fez com que eu dissesse aquilo a um completo desconhecido, em frente à
grande montra da Lanidor:
- Tu é que és estranho!
Esta minha afirmação dita como se de um dogma se tratasse e
simultaneamente feita aos risos como se estivesse a brincar, teve um efeito no
meu ouvinte que eu nunca esperaria:
- O quê?!!!!! Tu não me conheces de lado nenhum e estás-me a dizer
isso? Tu é que és totalmente estranha por estares a dizer isso a uma pessoa que
nem sequer conheces! Devias ter mais respeito pelas pessoas!- vociferou-me ele.
- Tu é que és estranho!- dizia eu ainda a rir-me.
- Não, tu é que és! Tu de certeza que não és normal!!!!
Continuámos nesta gigajoga até ao momento em que chegámos à
estação do metro e o Nery foi-se embora para casa, rindo de toda aquela
discussão. O grupo ficou menor.
Entrámos no metro e eu já me tinha esquecido por completo da
discussão, mas ele não. A Maria e a Bárbara sentaram-se ao pé da janela, e eu
fiquei exactamente na frente do rapaz. A Maria saiu logo na estação seguinte e
o grupo ficou menor. Nesses momentos, ria-me largamente com a Bárbara enquanto
falávamos sobre o ballet, no entanto não conseguia deixar de sentir o peso do
olhar dele.
Aquele olhar que antes era tão límpido, tão puro e tão feliz,
agora estava verde escuro muito pesado, triste e cheio de ódio, repugnância e
desprezo contra mim. Um ódio justificado que me incomodava, cortando e
triturando o meu coração. O rapaz saiu na estação seguinte, para não ter que
aturar mais a minha companhia- algo que descobri perante o ar de surpresa da
Bárbara que me disse que ele vivia ao pé dela. O grupo ficou menor e restava
apenas a Bárbara e eu, com um certo sentimento de culpa perante aquele olhar.
No entanto, quem diria que um dia, o grupo ficaria menor, mas
apenas restaria eu e ele? Quem diria que um dia, eu me autoconvidaria para casa
dele? Quem diria que um dia, aquele mesmo olhar dilacerante se viraria para mim
e perguntaria, como quem pede um café: “Queres namorar comigo?”
7 comentários:
Oooohh, sweeet :D Quem é o totó que diz que o IGL é só música? Ahaha :D
Bem, Laura... juro que não conhecia essa tua vertente de escritora sentimental, uau... já agora, gostei especialemente da tua parte autobiográfica convertida na Inês Conduto - do tipo "vou ter um 9 no teste..." e te sai um 18 a piano! Poooois... claro que és tu que encaixas lá! É como dizeres que não sabes escrever e depois te sai um texto destes! Só para ser do contra, houve um sítio em que escreveste "há" em vez de "à", ihihih!!! Lol, desculpa :) mas é defeito meu reparar nessas coisas! Bem, agora toma conta deste teu cargo de Podatus com Açúcar, se fazes favor :) E no fim, convém saber quem foi o autor :)
p.s: eu sou alguém "extremamente bondosa" e não "extremamente estúpida", só para que fique claro :D
Bolinha mista prensada... Porque é que tem que demorar tanto tempo??
Fico mesmo feliz por ver este Post! Só espero que continuem assim: a perpetuar o espírito gregoriano!
Queremos mais ;)
Pela parte que me toca, eu que sou da "geraçao anterior", nao acho que voces nos fiquem nada atrás. Voces que um dia foram para nós "o raio dos putos", agora cresceram e tomaram como vosso o legado pelo qual lutámos anos a fio. Fico muito orgulhosa por saber que o espirito gregoriano continua vivo e está em boas mãos :)
e já agora...toda a gente sabe que o Greg tem fama de ser (bom) casamenteiro :)
Ah, e boa sorte! :)
Beijinhos,
Ana Assis Gomes
ooooooooooooooooooh que sweet!
Já agora a historia é sobre quem??
Huummmm... parece-me que é a história de uma tal LJS e um rapaz de olhos verdes, não?? :D Como hão-de reparar também há outras personagens, mas essas são apenas figurinos, ahaha:)
À geração anterior... é óptimo saber que continuam a espiar o blog!! :D Mas podem crer que, agora, o número de "raio dos putos" do IGL aumentou em laaarga escala!!!!
ahah gostei , para quem é de ciências, até escreves bem :)
mas, claro, porque eu tenho sempre de dizer mal, acho que há aqui uns pontos na história ligeiramente inventados , nomeadamente o facto de eu me autoconvidar para casa da Laura. Whaat? Caros leitores, eu nunca me autoconvidei para a casa da Laura. Verdade.
Mas, obrigada, Laura linda, por nos relembrares de que, afinal, também nós temos estas histórias para contar. Acho que tens razão, sabes?
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