segunda-feira, 14 de junho de 2010

Concerto

domingo, 13 de junho de 2010

Tenho passado os últimos dias com uma lágrima ao canto do olho...

(ou com várias que vão caindo...)

Laura, Te, Mega e Ana e Afonso: escrevo este texto porque preciso de deitar cá para fora. Aproveito a canção que começaram a entoar e junto-me para cantar com vocês, espero que não se importem...

Foram muitos anos, mas de facto os últimos foram os mais marcantes, porque foi nos últimos anos que realmente conheci a minha Família Gregoriana. Obrigada:

Laura, és Mim :) primeiro eras a Laura de cravo, depois passaste a ser a minha amiga de educação vocal e de repente estava contigo nos Açores! A nossa amizade foi crescendo e ficando diferente. Cada vez gosto mais de ti!

Te, és a minha princezinha. Londres superou tudo e uniu-nos de uma maneira única! Adoro como nunca percebemos nada do que a outra diz, mas ao mesmo tempo estamos em pura sintonia. Também não te vou largar!

Ana, és aquela amiga que eu admiro porque tudo em ti é natural e expontâneo. Sem restrições. Contigo aprendi a não ter medo de dizer, de mandar cá para fora, Obrigada madrinha!

Mega, ai gosto tanto de um dia ter começado a falar contigo! Foi a Escócia que nos juntou, mas acho que não há país que nos separe! A Holanda que vá bogiar que eu sem o meu Mega não fico!

Jorge, não foi fácil para mim começar a conhecer-te, mas thank God (e à Escócia) que um dia cruzámos olhares e palavras, és mesmo especial e bom amigo!

Obrigada por serem os fundadores da AEIGL. Foi um marco histórico, um ponto de viragem. Olhando para trás parece que este vosso bebé serviu para nos juntar a todos, e de certa maneira, empurrou-nos para a vida.

Afonso, és como se costuma dizer “um curtido” Porto, Escócia adorei!Chiquinho, contigo divirto-me sempre, ficam na memória as nossas aulas de canto gregoriano com a dona helena (hihi). Magui, voce é aquela coisa, tá a ver?! :P Alberto, nem sabes como é reconfortante o teu sorriso e mão gigante a saudarem-me sempre que entro na sala de alunos. Rita, não falamos muito, é verdade, mas gosto de ti :) Margarida e Mafalda, vocês foram uma descoberta fantástica para mim, tão queridas, inteligentes e amigas! TiagoA és O cavalheiro, o meu comparsa do Sporting! Ba, já não estás cá fisicamente, mas deixaste a tua marca, bem grande, como tu! E todas as pessoas que só por entrarem na vivenda da Av 5 Outubro (do qual o número eu insisto em esquecer-me), porque fazem parte do quadro que é o Nosso IGL.

John Nash disse "What truly is logic? Who decides reason? It is only in the mysterious equations of love that any logic or reason can be found." E, de facto, só com o amor que tenho por vocês, que sinto que têm por mim, que tenho a esta Família, só com este amor é que a minha vida faz sentido. Obrigada. A Todos!

Filipa

sábado, 12 de junho de 2010

Finale allegro non troppo ma con brio

É assim, meus amigos, coisas destas não se fazem! Está uma pessoa no clímax do divertimento, na apoteose da diversão a ler desgravadas de Fisiologia quando pensa: “olha, vou ver se a Laurinha já meteu finalmente alguma cena no blog!” E pimbas!!! Depara-se uma pessoa com isto. Vejo um molho de palavras e fotos todas cutxi e penso “ai, toca a descer que eu quero é música!” Faço uma viagem a 1900 e troca o passo … e depois leio o primeiro testamento. E depois o segundo… E acabo a contar como a Laura, porque agora já estou no quarto! E depois os comentários, todos, todos, até conseguir parar os meus olhos e perceber que estes levaram a molha da sua vida! Sim, porque os homens também choram. E não é pouco!

Fico meia hora especado a olhar para o ecrã. Revejo nele a minha história gregoriana. Corrijo. A Nossa história gregoriana. A história que partilhei com tod@s e que promete acompanhar-me para sempre.

Merece um pequeno flash-back:

Chego ao Instituto com 10 anos e com 1/100 do cérebro actual, penso “uuui, estes aqui são tão graaandes” e começam às aulinhas.
Daí a 3 anos, entro na fase “AAAH, TIREM-ME DAQUI! ODEIO ISTO, QUE SECA, NÃO QUERO TOCAR, SOPRA TU NISSO MASÉ!”

E, de repente, tudo muda. Não me lembro bem porque, talvez uma sonata pirosa de Telemann, ou talvez já estivesse com um bocado mais de cérebro, mas o que interessa é que a partir daí começo a ver aquela casa de maneira diferente. Já não é só uma escola. É a casa onde toco, canto, atrofio, luto e vivo na companhia das pessoas mais importantes da minha vida.

Ana, a verdadeira criadora deste nosso espírito gregoriano! Obrigado pela tua força e resiliência (tinha que dizer esta palavra, desculpa!) e por seres a amiga sem tabus que para mim és. Bayley, muito mais do que uma rapariga prodígio, uma amiga para a vida. TiagoA, a minha oposição política no Instituto. BANDEIRINHAS!!! TiagoO, uma voz maravilhosa e um grande exemplo de serenidade e de dedicação incondicional, obrigado. Manel, apesar de não estares mesmo no greg, fazes parte da minha vida gregoriana e ainda é difícil imaginar o próximo ano contigo a “rebentar” com Inglaterra e nós aqui a ver! Há que aproveitar bem o tempo agora! Alberto, és tu e só TU. Nunca deixaste de surpreender com um comentário oportuno! Jorge, obrigado pela tua amizade e silêncio muitas vezes mais inteligente que qualquer coisa que se possa dizer. Raquel… VOLTA! Filipa, tudo em ti é queridinho (what can i do? Fazes-me pensar em diminutivos!) Francisco, obrigado pelos momentos únicos em que cada um lê o que vai na mente do outro. E pelas tuas opiniões e… boleias também!

André, um bacano que tal como eu ERA (cofcof) um bocado pó nerd e que conheci a jogar Magic! Para simplificar, és uma criatura Lendária, Avatar 20/25 com Haste e Trample, que quando entra em jogo mete todas as outras criaturas a gargalhar e que ressuscita compositores quando “ataca”!

Rita, das poucas pessoas que viveram comigo no greg desde o 1º ano. Desapareceste uns tempos, mas voltaste o ano passado para me deixares a tua marca. Para quando o nosso dueto?

Ricardo, o meu grande companheiro que sempre esteve a meu lado. Confio em ti como um irmão.

Té, na 6ª feira estava a tentar atenuar o que no fundo me fazia sofrer, a tentar simplificar e sistematizar as coisas. Olhá-las como normais, mas esqueci-me que também é normal chorar por elas. Nunca desaparecerei para ti!

Laura, felizmente é fácil mostrar o que sinto por ti. Basta uma palavra, tão simples e tão nossa que exprime tudo e muito mais do que possas imaginar. Hm-te.

Sinto que já tudo foi dito pelas quatro maravilhosas pessoas que iniciaram este despejo massivo e mútuo de nostalgia. Sinto que seremos para sempre os Gregorianos, os do Greg, aqueles que… wait for it… vão ao grego! Ah…ah…ah… [sorriso amarelo] NOT!

Sinto e sei que, como já foi dito, o Greg foi e continuará a ser a nossa segunda casa. Obrigado a todos!

Afonso.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

A entrada para o palco…

Existem três loucos da cabeça que me fizeram chorar com a experiência e um profundo obrigado pela existência da vivenda da Avenida 5 de Outubro.

Eu sei que para mim foram apenas três anos. Mas foram três anos. E três anos são muitos dias. Mas acho que falar deste último ano é falar como o André, a Ana e a Laura falaram do Gregoriano… Falar de uma…segunda casa.

Nunca tinha compreendido, nunca tinha sequer pensado que isso era possível. Sentir-me completamente confortável noutro sítio que não a minha casa - Fala a menina isolada do mundo, que desliga de 2 em 2 segundos, e que sempre encontrou conforto no silêncio de estar sozinha.

Esta segunda casa, fez-me crescer musicalmente (diria que em 11 anos de aprendizagem, foi sem dúvida neste ano que cresci mais), mas sobretudo como pessoa. E isso foi graças às pessoas que me acompanharam ao longo deste processo. Porque aprendi imenso com elas, porque me deixei conhecer e conheci-as, e vi, ouvi e partilhei alguns dos melhores e dos piores momentos. Agora sinto-me como parte do grupo… Quando me sento numa cadeira na sala 2, para as aulas de ATC, ou quando dou dois passos à frente, e de repente estou a representar o melhor do IGL.

Obrigada Lala. Fazes parte de tudo… Vai sempre permanecer este obrigada profundo por me teres trazido aqui. Char<3

Obrigada Ana. Por gostares de mim, sobretudo. Por dizeres que tens uma prima de 1 ano e meio, que se chama Teresa, e que te lembra imenso eu, pelo ar fofinho :)

Obrigada André. Ou Mambo. Não te posso explicar o quão feliz estou por ti, por chegares lá fora e arrasares com tudo. Mas vou sentir imenso a falta de me pedires para fazer o pstpsttchikthciktlhmuaaaaah…

Obrigada Fipa. Adoro tudo em ti. É inexplicável a nossa amizade. De não percebermos nada do que a outra diz mas de estarmos sempre em sintonia.

Obrigada Fon. O fofo. Não desapareces… Foi isso que me assustou quando disseste aquilo na sexta-feira passada. Obrigada António. Maninho…que sempre me apoiaste e disseste que eu fazia as coisas bem. Obrigada Francis. Sobretudo por me abordares sempre de uma forma tão feliz. Obrigada Jorge. Por protegeres toda a gente de forma tão discreta. Obrigada Debi. Pela tua personalidade tão forte. Obrigada TiagA. Por seres a pessoa mais genuína e tão cavalheiro. Obrigada Magui. És das primeiras pessoas que conheci do Gregoriano, o meu primeiro mocho. Obrigada Rita e Zezinho. Pela companhia, pelas conversas, pelo apoio. Obrigada Margarida e Mafalda. São ambas lindas e grandes promessas. Não fazem ideia o quanto eu e a Filipa adorámos trabalhar ao vosso lado no Britten. Obrigada Carolina, Daniel e Isabel. Pela união nas aulas de FM. Obrigada Bá e Tiago O. Por serem um exemplo. Obrigada Ricky, Carolina Sá, Albi, Pombo, Luís, Leonor, Che e todas as pessoas que fazem parte do Gregoriano. Não me quero esquecer de ninguém… Gosto de toda a gente. Acredito que toda a gente seja importante, porque todos dão um bocadinho de si, e sobretudo, todos dão música à tal ‘segunda casa’.

E obrigada Armando. Por me ensinares a cantar… Ou seja, por me dares a conhecer ao mundo, e sobretudo, a mim própria.

Nunca há-de ser um adeus, porque vai sempre permanecer em mim esta experiência.

Mas por enquanto posso dizer enquanto sorrio... Até segunda!

Teresa.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Obrigado - 9


(Em homenagem ao Professor Alberto, de Latim, que durante mais de duas decadas leccionou no IGL. Sabia o amor que tinhamos a esta casa. Talvez como ninguem.)

Gostaria primeiro de salientar que ja odiei profudamente o IGL. Isto para tornar bem explicito que a razao pela qual eu gosto do Gregoriano é fundamentada e nao irracional. 

Foram 9 anos. Ha 9 anos atras, esta casa (a minha,mesmo) nao existia, a minha escola era outra, nao tinha barba. Nao sabia tocar com as duas maos, e achava que queria ser meteorologista. Nao sabia o que era a internet (nao muito bem). O Cristiano Ronaldo era um puto como eu, e o Jesus nao imaginava que iria treinar o Benfica. As Torres Gemeas ainda nao tinham caido, e Barack Obama nao era alguem que se conhecesse minimamente. 

O IGL construiu-me como pessoa. E sim, musicalmente e profissionalmente, sou totalmente um exemplo moldado pelo Gregoriano. E um grande obrigado por isso: sinto que estou preparado para a nova etapa que se avizinha.

Comecei do zero. Comecei sem saber o que era uma clave de fá. Hoje sou organista nos Jerónimos.

Episódios? Ajeito-me na cadeira, tal como uma entrevista de televisao. Faço uma pausa, relembro, sorrio e digo: "Sim, imensos".

Afinal, o que fica destes 9 anos? Acho que a Ana disse muita coisa que é verdade: soube-nos preparar para a musica. Ou pelo menos, para o inicio daquilo que pretendemos tornar profissional.

A nostalgia ainda nao me assolou totalmemte, confesso. Nao me esqueço que ainda tenho o maior desafio para fazer, para a semana: Exame final de 8º grau de orgao. O mais interessante é que nao é cumprir calendario, nem mais um "simples exame"... é O exame.

Durante aprox 1 hora vou estar a mostrar como fui moldado à imagem do Gregoriano. Porque gostamos de tocar. Porque temos realmente prazer em partilhar com quem nos rodeia essas notas que fomos descobrindo.

Mas.. e chegar ate la? Muito trabalho. Muitas horas de estudo. Muitos precalços. Muitas aventuras:

Escócia '09

Bremen '09

Holanda '10 - Parte 1, a descoberta

Holanda '10 - Parte 2, a decisão

E quando soube que havia sido admitido no Conservatório Real de Haia, e tive que esperar pelo prof, esperei na Igreja. O sol era grande, e as janelas enormes que cobiram a Igreja enchiam-na num brilho magnifico.

Sozinho, abri os braços, tal como um jogador que marca o golo da vitória.

Abracei entao, com enorme sorriso, a Laura, a Ana e a Maria. Corri e saltei, salto com o Tiagao. O Alberto e o Jorge esperavam com grande sorriso. A Rita soltava "ja sabia!", e a Teresa brilhava com o seu olhar. O Francisco abraçou-me, e a Filipa apenas disse convictamente: "Mega!". O Afonso sorriu com o Zé, e perguntaram "A banana fez efeito?". O Ricardo pegou-me ao colo, tal a força. A Ché disse-me "és bué", e eu retribui. O Tiago Oliveira fez uma simples vénia e eu, claro, disse que quem sabia era o "Mestre".

A Igreja continuava vazia. Alguem que la entrasse poderia jurar que era so eu que la estava, mas nao. A Igreja estava cheia. Cheia de Gregorianos. Porque se hoje sou alguem musicalmente, foi porque tambem os vi tocar, os vi exprimirem-se e tambem aprendi algo com isso. Partilhamos alegrias e tristezas.

Páginas na historia do IGL? De certo que nao fechámos o livro, mas ajudámos a preencher boa parte: fundámos a AEIGL. Fizemos 0127152622398785 coisas, algumas nao pouco visiveis, outras talvez apenas um arranhao nalguma mesa, mas de certo que ha imensas que sempre duraram e poderemos encontrar quando la voltarmos, um dia.

9 anos que, de certeza, nao chegam ao fim aqui. Apenas deixo de ter aulas. Bom, passei mais tempo a estudar do que a ter aulas, portanto (fingindo nao ser nada de grave) é apenas uma etapa.

As memórias continuam. E vao-se prolongar. Eu creio que sim.

Um, dois, três... oito.


Começo com um ar esperançado: Esperem lá, ainda não é hoje o último dia, ainda há três exames para passar, dois concertos.. Mas.. mas..não.
Estou esquisita na mesma. Um nó na garganta, como quando fico nervosa, ou estou a fazer força para não chorar.
Porque isto afinal está a soar mesmo a último dia.
Se calhar a nossa conversa ao almoço [no Topo, claro, a nossa rotina manteve-se] não ajudou, mas sentirmo-nos antigos em algum lado é uma realidade nova, pelo menos para mim. Pensar que Olá, eu sou a Laura. A Laura, não a Laura Joana, não a Laura de flauta, mas a Laura. Houve um tempo em que era só eu a Laura, ainda és desse tempo? Do tempo em que o Gregoriano ainda era só uma ou duas horas dois dias por semana.. e mais tarde já todos os dias, e depois os dias inteiros. Viver lá, quase. És desse tempo?
Ou sonhar que se vive lá, no terceiro e quarto pisos [um para rapazes, outro para raparigas, por cima da sala 6 é o refeitório, e a despensa ao fundo do terceiro piso], em beliches, com a 'família' Gregoriana.
Dói um bocadinho. Apesar de ser apenas mais uma na estatística [e das estatísticas que se quer, Ensino Articulado de Música, soa bem na papelada] e de terem sido 'apenas' os oito anos regulamentares de quem completa o curso secundário, dói mesmo um bocadinho. Nem sei se é sair em si, ter acabado disciplinas uma a uma, umas com prazer e um nadinha de sorte, e outras com pena, mais um pouco por favor, mas talvez custe mais imaginar voltar a entrar lá [a tal moradia pequenina, não não, aquilo é a Câmara, o Gregoriano é ali] e já não estarmos lá todos, prontos para uma cartada ou simplesmente para estar. Confortavelmente e todos juntos. Porque afinal, tudo faz parte da casa. Cada desenho ilícito no tampo da mesa, cada partitura perdida, até mesmo os mil casacos esquecidos. Tudo faz parte da nossa sala, e da nossa casa. Cada um escolheu o seu cantinho, a sua sala de estudo, mas o nosso último reduto é a sala 10. E tenho medo de já não me sentir em casa lá, daqui por uns tempos.
Mas também é bom. Às vezes olhamos para as novas gerações e pensamos [em voz alta?] que estes vão ser os novos nós. Talvez alguém dos antigos, daqueles a quem chamámos dinossauros, tenha pensado o mesmo. Talvez não, mas acho que ninguém fica indiferente.
E eu que o ano passado pensei compreender as lágrimas da Bayley, mas não percebi nada. Só agora é que sim, um pouco, e parece ser difícil de engolir.
Afinal, acho que ganhámos o estatuto de mobília da casa, a custo, afinal todos tivemos os nossos momentos de pânico.. mas o que é certo é que resistimos, a tal selecção natural de que falava à tarde com o pessoal [hoje o Último Dia foi tema recorrente, em todas as conversas 'cá de casa'] surtiu o efeito de, de repente, estarmos no fim de tudo e tomarmos consciência de como os nossos amigos mudaram desde que entrámos. Somos poucos agora, e já ver sair o ano passado alguns de nós foi tão estranho, agora seguir outro grupo em frente parece impossível. Vamos transferir o Topo para a ESML? Ou para Haia? Ou talvez para Évora? Não sei. Só sei que continuo com medo, desta vez de entrar para uma 'casa' nova.. em que não sou Presidente da Direcção da AEIGL, não tenho 'as minhas pessoas', a minha base, o meu Ensemble e até a D. Lina para me ralhar de manhã.
Estamos de malas aviadas, só falta um diploma para a mudança de 'casa'. E as mudanças assustam.

Já estou cheia de saudades. Afinal, a culpa do meu futuro é vossa. Vossa, IGL e todas as pessoas e coisas que estão lá [cá] dentro.

Bem, vou só ali à Caravela, alguém quer vir?

IGL em números

11 anos ainda é muito tempo, caramba. Assim como quem não quer a coisa, ainda é mais de metade da minha vida. E por mais que tente ignorar, aperceber-me de que essa etapa acaba hoje deixa aquela nostalgia... Foleiro, bem sei. Mas 'true!'.

Senão vejamos: ando no Instituto Gregoriano de Lisboa desde 1999. 11 anos, com aproximadamente 39 semanas lectivas cada um. Ora se tivermos em conta que entro todos os dias no IGL pelo menos 2 vezes, e que não tenho tardes livres desde que tenho 12 anos, isso dá 4290 vezes que fiz soar aquela porta, mais coisa menos coisa.

O dobro, se contarmos com as vezes que a porta soou de cada vez que saí das instalações.

O quíntuplo, se contarmos com as idas à Cinderela, à Dona Rosa, ao extinto Capítulo (agora Topo da Avenida), à Caravela (mais recentemente), aos indianos, ao Coisas de Gostar ou até mesmo ao restaurante chinês das Forças Armadas (que foi só uma, prometo).

É muita vez que aquela porta chiou por minha causa. Devo estar a dever não sei quantos litros de óleo à Dona Almerinda.

E, falando nisso, no que toca a pessoas? Foram 5 auxiliares de educação que com toda a certeza relembrarei toda a vida, pelo menos 12 professores, 1 Senhor Viana, não sei quantos mil amigos, 2 namorados, e ainda mais não sei quantos conhecidos ou colegas.

Perdi a conta aos concertos e audições, devem ter sido na boa uns 100.

Um ano de intensa vida gregoriana. [Que envolveu entrar às 8h e sair às 20h. Sala 21, quase todas as manhãs, “porque tem janela para o pátio”. Ir tirar cafés à Nespresso e deixar o dinheiro na bancada, comer sandes de Nutella (marca ‘É’) como se não houvesse amanhã, impingir leites com chocolate a 40 cêntimos aos putos, tomar o pequeno-almoço na sala de alunos, e ir chatear o André (sala 28) ou a Bayley (sala 32) quando não me apetecia estudar.]

3 elaborados vídeos de parabéns, 2 viagens, mais de mil fotografias. Um rap, 2 poemas dedicados a professores, Uma sebenta de História da Música. 5 vestidos pretos, 6 Audições de Alunos, 2 manifestações e aproximadamente 52 meias-doses de hambúrger com ananás no Topo da Avenida.

Uma Associação de Estudantes.

E tudo isto não contando com todas as coisas e pessoas que surgiram por arrasto: a Orquestra Sinfónica Juvenil, o Mus&Caldas, os contactos, os concertos, as paixões, os trabalhos temporários (ou nem tanto)…

Não sei quantas MIL frases feitas (“Está frescócia!”), refeições pré e pós-concerto, noitadas no Bairro Alto, conversas filosóficas sobre o futuro, “amigos forever”, discussões e gargalhadas sonoras, e ainda mais (tantos!) “Não posso, tenho ensaio…”

Mas, fundamentalmente, uma enorme lição de vida.

Como estar em palco, como não ficar nervosa ao apresentar-me em público, como lidar com a frustração de não conseguir, como conciliar o equivalente a 2 empregos ao mesmo tempo sem descurar nenhum dos dois, como incentivar os outros a fazer melhor, como incentivar-me a mim própria.

Como cantar em coro, como cantar a solo sem fazer figuras tristes, como tocar violoncelo. Como dar uns toques no piano, como fazer leituras à primeira vista e ditados rítmicos. Como NÃO fazer quintas paralelas. Como viveu o Mozart, o Mendelssohn ou o Verdi. Ou afinal quem amava a Clara Schumann.

Como não irritar a Dona Helena durante um teste de Canto Gregoriano (já agora: como controlar um ataque de riso a meio de um teste de Canto Gregoriano).

Como explicar que “o IGL não é o Conservatório, mas é equivalente” sem rosnar muito ao interlocutor.

Como explicar que o nº 258 da Av. 5 de Outubro mudou a minha definição de “segunda casa” por completo. (Porque não há sítio onde tenha passado mais tempo, e não há basicamente nada que não tenha feito lá. Aliás, ainda lá tenho uma escova e uma pasta de dentes. A única coisa que não fiz foi dormir uma noite inteira dentro das instalações, mas garanto que já dormi boas horas no sofá que está actualmente na sala de alunos.)

Como explicar à Dona Lina que para o ano não estou por cá, e porquê.

Enfim. 11 anos, resumidos em 723 palavras e 4149 caracteres, que no fundo só querem expressar um enorme muito obrigada.

E, claro, uma ou duas lágrimas reprimidas. Porque isto da nostalgia ainda custa, caramba.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Melisminha Deprimente 12

Pessoas, nas vésperas do concerto final do ano (no Grande Auditório da ESML, próxima 4ªf, dia 9 de Junho, às 21h30, para os mais distraídos... *cof*Manel*cof*cof*), deixo aqui este melisminha deprimente do ano de 1900 e troca o passo, em que podemos observar o CC a cantar o Hino a Santa Cecília de Britten, na Sé - coincidência das coincidências, tal como nós vamos fazer na próxima 4ªf... só que muito melhor, é claro :P




(E perdoem pela qualidade do vídeo, mas... não tenho nada a ver com isso.)