domingo, 1 de março de 2009

O que quiseres.

"Humpf... mas... está.. aí?" Viro-me e tento adormecer outra vez, remoendo na cabeça o que raio me aconteceu durante o dia para resultar em sonhos sobre tentar tirar uma palheta de dentro de uma guitarra feita de cimento. Gaita. Ajeito a almofada e os lençóis, e só aí ouço um mínimo "clic" da porta a fechar lentamente; maluco do André. Ou então é o Ricardo, a ir acabar os trabalhos que deixou a secar. Não interessa, amanhã trato eu do pequeno-almoço, quero dormir! A sorte é que a Maria lava, heheh. Sai-me um bocejo, e remexo-me um pouco até quase adormecer, por entre fungadelas irritantes, resultado desta maldita mudança constante de temperatura. Bah. Encontrando-me eu naquele estado típico das aulas de História, quase a dormir mas ainda consciente do que se está a passar, alguém acciona o alarme! Mas desliga-se logo. Deve ser o André outra vez, como na Escócia, à caça de fantasmas na pousada à noite. Bah, me need sleep. Me go sleep. Mais uns momentos a mexer de um lado para o outro, e adormeço finalmente.
Acordo de novo, lentamente procurando a causa desta rude interrupção do meu sono de beleza; não vejo nada no breu, e os únicos sons são as múltiplas respirações dos ocupantes desta nossa residência. Murmurando um quase inaudível "Bah!", tacteio até encontrar o telemóvel, aquele que comprei entrando na loja e pedindo o mais barato que havia. Quando o encontro, rio-me para dentro ao perceber as coisas que me passam pela cabeça; pensar na história do telemóvel a meio da noite, bah!
Pressiono botões até aparecer luz, e verifico que são cinco da matina. Gaita, uma coisa é não gostar de dormir, mas quando durmo gosto que seja de seguida. Nada disto aconteceria se toda a gente seguisse a minha ideia de viver numa autocaravana... mas até é bom, ninguém reclamaria dos colégios internos se eles fossem como esta nossa família do gregoriano. Cada um mais maluco que o outro, mas é por isso que eu gosto deles. Heh, melisminhas deprimentes...
Dou mais uma vista de olhos, desta vez à luz do telemóvel, e vejo o André a dormir num saco-cama, no chão! Como diria o meu pai, "Cada maluco com a sua mania". Deixa-o lá estar, tem direito a ser maluco com tudo o que faz por nós. Devia substituir a Milu, essa é que era de valor.
Heh, aquela manifestação... mais uma das múltiplas razões que me fizeram continuar em música. E pensar que eu queria sair assim que acabasse o quinto grau! Era mesmo idiota. Nunca teria passado a conhecer a sério toda esta gente fantástica. Hahah, super oriscus... escapa-se-me um pequeno bocejo, e lembro-me novamente de que tenho de fazer o pequeno-almoço. Ah, e o bolo do Francisco! Terei de chular alguém, sobremesas não são comigo.
Sleeeeeeeeeeeeep. Viro-me de barriga para baixo, coloco o telemóvel na cabeceira, e preparo-me para a indubitavelmente longa espera até voltar a adormecer. Eles que se atrevam e acordar-me outra vez antes das sete...

Alberto

2 comentários:

Pedro de Arimateia disse...

absolutamente...

... genial :) mesmo

Anónimo disse...

Obrigado. Dormires no chão forneceu inspiração. E vou-me calar, que já estou a rimar.