sábado, 28 de fevereiro de 2009

Ocasiões

Para quem nao sabe, o meu quarto fica por cima da sala 28 (a sala que foi cortada ao meio, em que numa parte está a sala de orgao, e na outra a sala.. 28). Temos 3 beliches, nas três paredes, uma mesa na meio. As malas cabem debaixo dos beliches.

O quarto estava num profundo repouso. A minha cama é o "andar" de cima do beliche que está encostado à parede onde na sala 28 há o quadro. Na cama de baixo dorme o Jorge. No beliche oposto, dorme o Alberto e o Ricardo. No beliche da parede de ligação com a outra sala (neste caso, outro quarto), dorme o Tiago Amaro e o Afonso.

Eu estava deitado de barriga para cima, tinha o mp3 ligado. Nao tinha sono. Resolvi entao levantar-me e dar um passeio pela nossa escola.

Esqueci-me, por momentos, que estava num beliche. E ao tentar sair, cai literalmente no chão. Estantelado no chão, fiz um enorme esforço para nao me desmanchar a rir.

O Alberto grunhiu algo durante o seu sono, como um "Humpf... mas... está.. aí?" e logo a seguir voltou-se para o outro lado da cama. Desta vez tive que por a mao a tapar-me a enorme gargalhada que teimava em sair.

Vesti o robe, sai e lentamente fechei a porta. Antes de descer as escadas, olhei para o placar à minha esquerda: "Limpezas e cozinha" e reparei que o meu nome nao aparecia no dia de amanha, e nao pude deixar de sentir um certo conforto nisso!

Desci as escadas lentamente. Muito lentamente. Imaginei aquelas escadas nas horas de maior afluência.

.. .. Olha, ali vai o Tiago Oliveira. Ah, claro. A Raquel ja está impaciente, coitada... O Grilo? Ah, sim. Vai ter aula com o Armando... ..

E desligando da imaginação, resolvi ir à sala comum, vulgo sala dos alunos. Havia uma luz acesa. Nao me lembrei de quem estava a fazer a vigia. Caminhei lentamente. Encostei a cabeça à entrada.

A Laura dormia profundamente no sofá. Natural. Tinhamos ficado um bocado de "pé-atrás" contra ela retomar já as vigias, mas a vontade era muita. Comprendo..

Tinha a televisão ligada. O comando estava no chão, tinha-o deixado cair. Alguns pacotes de bolachas estavam abertos em cima da mesa.

Pensei em acorda-la, mas ter que subir 2 andares e ainda ir-se deitar, era chato. Principalmente porque nao convinha nada.

Entao, como nao tinha sono, resolvi tomar o atalho das escadas que dao acesso ao bar do primeiro andar, e zás.. outro lance de escadas subido, e estava no meu andar. A zona do bar do primeiro andar equivale ao armazem do andar dos rapazes: onde se guarda tudo o que é geral: num armário, material. Noutro, roupa. Noutro, lençois e almofadas, coisas assim.

Peguei em 2 cobertores, num lençol e numa almofada. Sacudi e tossi. Entao, num ápice pus-me na sala comum.

Laura continuava a dormir profudamente. Sorri. Ela estava a dormir com um sorriso. Engraçado!

Envolvia, entao, primeiro, com um lençol. Depois os dois cobertores, e por ultimo uma almofada. Apaguei a televisao, a luz, e ia preparar-me para voltar ao meu quarto quando tive uma excelente ideia:

Foi à secretária da Dona Lina, tirei um papel e uma caneta. Subi rapidamente ao primeiro andar, para ir ter ao bar. Peguei nas sandes da Panrico, e com cuidado e carinho, fiz duas espectaculares sandes de Nutella. Vasculhei por um tabuleiro. Encontrei. Pus, entao, as duas sandes num prato, acompanhadas por dois sumos de laranja. Uns guardanapos e pronto, estava feito.

Desci as escadas com cuidado. Empurrei a porta da sala comum com o pé, e meio ás cegas pus o tabuleiro em cima da mesa. Ia-me embora quando me lembrei o porque de ter o papel e a caneta no bolso: voltei para trás, acendi a luz do telemovel. Suficiente para escrever em letras garrafais:

"Um pequeno almoço para a melhor Presidente do mundo!".

Trabalho concluido. E ela continuava a dormir profundamente! Puxei-lhe os cobertores que ja teimavam em ficar num emaranhado.

Voltei entao para o meu quarto. Enquanto subia as escadas, ri-me alto.

"Tudo está bem quando acaba bem!", soltei em voz baixa, antes de fechar as luzes do corredor e entrar no meu quarto.

E quando ia a subir para o beliche, voltei a escorregar.

Decidi puxar do meu saco cama e dormir no chao!

5 comentários:

Anónimo disse...

Porque é que tem de haver sempre alguém de vigia? Sentimo-nos tão seguros dentro do gregoriano! Mas por outro lado, às vezes, parece que tudo é vulnerável. Horários, ministras, insegurança, medo, tempo, economia, falta de prática ou de talento... qualquer uma destas coisas pode pôr em causa a nossa escola. De que nos protegemos?

Pedro de Arimateia disse...

A vigia existe para que os putos nao andem a fazer outras coisas que nao dormir, durante a noite :P

espero ter deixado o esclarecimento :)

Jorge F. Rodrigues disse...

lol :)

Anónimo disse...

Depois de um dia a gritar e a correr, a chatear a d. Almerinda e a bater no André Ferreira, a noite só pode ser para dormir.. :D

Magui disse...

é bom saber que alguém toma conta de nós!! :D